Desde pequenos somos estimulados a ser classificados. Fulaninho é ótimo com matemática, já Beltraninho vai que vai na educação física… Na verdade somos rotulados e levados a imaginar que somos realmente de um jeito ou de outro. E carregamos esse peso pelo passar da vida muitas vezes sem perceber, mas muitas vezes também percebendo e sofrendo pelo desejo de ter sido diferente, pela inabilidade de enxergar, aceitar e amar quem realmente somos.
A pergunta: “ O que você deixou de ser quando cresceu?” nunca fez tanto sentido!
Mas a verdade é que hoje mesmo, neste mundo complexo e volúvel, seja em nossa vida pessoal ou profissional não temos mais que nos render a barreiras que foram construídas por preconceitos ou crenças que impusemos a nós mesmos em algum momento (bem isso é assunto para um outro artigo…).
Uma das construções sobre criatividade que quero desconstruir é justamente sobre os lados de nosso cérebro. Tenho certeza de que por muitos anos você foi levado a ter que “escolher” qual seria seu lado dominante. E junto com essa escolha sempre vinham características, frutos dessas crenças que possivelmente distraiam você de se conectar com quem você já nasceu sendo e isso reduziu seu potencial criativo. Por que, sim, ficar se forçando a ser quadrado quando se é naturalmente redondo reduz muito nosso poder de criação e transformação.
Trocando em miúdos, o lado esquerdo do nosso cérebro lida com a parte lógica racional da nossa mente, ou seja, números, palavras, pensamento racional, listas e análises. Em contrapartida, o hemisfério direito é reconhecidamente associado à imaginação, a divagações, produções visuais e emoções. Assim, a criatividade, por ser um processo não linear, emocional e geralmente desorganizado seria uma produção do lado direito do seu cérebro, algo que não é verdadeiramente correspondente à realidade… O que realmente acontece durante o processo criativo é o uso de ambos os lados, misturando a lógica dos números e das palavras com a habilidade de imaginar e sonhar acordado, isso gera o que chamamos de criação.
Portanto, para aumentar a criatividade você precisa aprender a dosar o uso do seu lado emocional, deixar os pensamentos livres e usar as emoções para criar. Ao mesmo tempo em que precisa recorrer à lógica para organizar e filtrar as ideias que vão surgindo para depois então colocá-las em prática. A criatividade e a inovação precisam andar lado a lado é assim que nossas ideias ganham e geram valor.