De acordo com a filosofia Lean, problemas são considerados ouro; são de verdade o que nos move para a melhoria contínua. Diferente de pensar em alguma melhoria que eu posso ou não realizar, quando chamamos de problema, criamos uma urgência de ação e isso venho vivenciando na parte da minha vida que eu chamo de corporativa ainda mais forte, onde dependemos de um time para realizar a ação.
No livro “A Sutil Arte de Ligar o F*da-se”, Mark Manson apresenta a ideia de passar a entender que nem todos os problemas são ruins. Na realidade, os nossos problemas são o caminho para a nossa felicidade. Entretanto, não podemos classificar todo problema como sendo bom. Em um olhar mais desatento isso parece muito contraditório, mas os problemas podem ser ruins se nosso valores forem ruins.
No livro, Manson conta a história de Dave Mustaine, músico guitarrista que foi “convidado a se retirar” da banda Metallica no início do sucesso da banda. A partir disso, Mustaine decidiu que criaria sua própria banda e faria mais sucesso que sua antiga banda. Nascia assim a banda Megadeth que vendeu mais de 25 milhões de álbuns. Mas, apesar de ter se transformado em um milionário, Mustaine ainda não se sentia vitorioso na vida, pois o Metallica havia vendido 125 milhões de discos a mais que ele. Para nosso ponto de vista, o músico pode ser classificado como bem-sucedido, mas, para ele mesmo, era um fracassado.
Uma outra história que é contada no livro é a de Peter Best, o baterista que foi expulso dos Beatles assim que eles atingiram o sucesso. Anos depois da expulsão Best não se tornou um músico famoso, mas se considerava feliz e com sucesso. Para ele ser expulso dos Beatles foi a melhor coisa que poderia ter acontecido, porque o levou a conhecer sua esposa e começar uma família. A diferença entre Mustaine e Best é que Best escolheu melhores valores para medir seus fracassos ou sucessos.
Manson define os valores ruins como sendo aqueles supersticiosos, socialmente destrutivos e não imediatos ou não controláveis. Seriam, por exemplo, os valores de Mustaine, que queria formar uma banda melhor que Metallica, mas não podia controlar qual banda seria mais popular. Por outro lado, Manson define os valores bons como sendo aqueles realistas, socialmente construtivos e imediatos ou controláveis. Seria o caso de Best, que valorizava passar tempo com sua família – uma coisa que ele era capaz de controlar todos os dias de sua vida e que o ajudou a estreitar os laços com seus entes queridos.
Os bons valores incluem características como honestidade, criatividade e caridade. Os valores ruins incluem desejos como tornar-se rico ou ser melhor do que alguém. Escolher valores bons significa escolher problemas bons. Valorizar a honestidade pode significar ter confrontos dolorosos ou desagradáveis, mas esses confrontos o levarão ao crescimento, enquanto as mentiras levam à destruição e à perda de confiança. Para evitar os problemas ruins, devemos gastar algum tempo definindo nossos valores e determinando se eles são valores bons ou não. E pode apostar, vale muito a pena!
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